Tudo sobre o mundo tech você encontra aqui!

Metroidvanias: o que são e por que viciam

Se você já perdeu a noção do tempo jogando metroidvanias, sabe bem como é: você pensa “só mais 10 minutos” e, quando vê, já está explorando o mesmo mapa há horas, descobrindo segredos escondidos em cada canto. Essa sensação de estar sempre a um passo de algo novo lembra muito a vida real: a gente segue em frente, aprende, volta atrás mais forte e abre portas que antes pareciam impossíveis.

Esses jogos não conquistam só por terem mapas enormes ou chefes difíceis. Eles fisgam pela sensação constante de evolução, pela curiosidade de saber o que tem depois daquela parede suspeita ou daquela passagem bloqueada. Jogar um bom metroidvania é como caminhar por uma cidade desconhecida, sem GPS, mas com a certeza de que, a cada esquina, pode existir algo que mude tudo.

Veja também:

O que é um metroidvania, afinal?

Metroidvania é um gênero de jogo que mistura dois clássicos: Metroid e Castlevania, mais especificamente a fase “moderna” iniciada com Castlevania: Symphony of the Night. A ideia central é simples de entender e viciante de jogar: um grande mapa interconectado, cheio de áreas bloqueadas que só podem ser acessadas depois que você adquire novas habilidades, armas ou itens.

Em vez de fases separadas, a experiência se passa em um mundo contínuo. Você anda, sobe, desce, volta, revisita regiões antigas e descobre novos segredos no mesmo lugar em que já tinha estado antes. A sensação é de estar em um labirinto vivo, que muda na sua cabeça à medida que você ganha poderes.

Em termos práticos, um metroidvania costuma ter:

  • Exploração não linear: você escolhe o caminho, ainda que algumas rotas só se abram mais tarde.
  • Progresso por habilidades: pulo duplo, dash, gancho, transformação… tudo isso abre novos acessos.
  • Backtracking inteligente: voltar a áreas antigas não é obrigação chata, e sim oportunidade de descobrir algo que antes estava fora do alcance.
  • Mapa detalhado: o jogo estimula você a memorizar, marcar e revisitar ambientes.

A lógica é parecida com aprender algo novo na vida: no começo, o mundo parece fechado, cheio de “portas trancadas”. Conforme você adquire conhecimento (no jogo, habilidades), tudo passa a fazer mais sentido e novas possibilidades aparecem.

Por que metroidvanias viciam tanto?

A graça do gênero não está só na dificuldade ou nos combates. O que fisga de verdade é o ciclo psicológico de recompensa que esses jogos constroem, quase como uma rede social que sabe exatamente quando soltar a próxima notificação para você não largar o celular.

1. Curiosidade sempre alimentada

Cada corredor estranho, cada plataforma fora do alcance e cada porta trancada funciona como um lembrete silencioso: “volte aqui depois”. Isso ativa um dos gatilhos mais fortes da mente: a curiosidade não resolvida. Você sabe que tem algo lá, mas ainda não pode acessar.

O resultado é simples: a cabeça começa a trabalhar sozinha. Você pensa durante o dia em como chegar naquela área, imagina que tipo de habilidade pode liberar aquele caminho e sente quase uma urgência em voltar ao jogo para testar teorias.

  • Você vê uma parede rachada? Já imagina uma bomba futura.
  • Encontra um vão alto demais? Aposta em um pulo duplo ou gancho.
  • Chega a uma porta estranha? Suspeita de uma chave ou poder específico.

Cada detalhe do cenário vira um convite para continuar jogando.

2. Sensação constante de progresso

Metroidvanias trabalham muito bem algo que muitos jogos e até cursos e aplicativos de produtividade tentam copiar: a sensação de evolução clara. Você começa fraco, perdido, apanhando de inimigos simples. Depois de algumas horas, atravessa áreas antes mortais como se estivesse passeando no parque.

Isso acontece porque o jogo te recompensa de várias formas:

  • Novas habilidades que mudam a forma de explorar o mapa.
  • Melhorias de status como mais vida, mais dano, mais resistência.
  • Atalhos liberados que conectam áreas distantes e deixam tudo mais fluido.

A cada conquista, o jogador sente que dominou um pouquinho mais aquele mundo. É como aprender uma rota mais rápida para o trabalho ou descobrir um recurso novo no celular: de repente, tudo fica mais fácil e você se sente mais “pro” naquilo.

3. Desafios na medida certa

Metroidvanias raramente pegam na sua mão o tempo inteiro, e isso é parte da mágica. O jogo te joga em um mundo misterioso e espera que você faça perguntas, teste caminhos, erre e volte. Essa sensação de estar “um pouco perdido, mas não completamente” é calculada para manter você engajado.

  • Se o jogo explica tudo, perde a graça.
  • Se ele não explica nada, vira frustração.
  • Metroidvanias bons ficam no meio-termo: desafiadores, mas justos.

Derrotar um chefe difícil, abrir um atalho secreto ou encontrar uma área escondida gera aquela sensação de “fui eu que consegui, não foi sorte”. Isso cria um vínculo forte com a experiência, quase como um orgulho pessoal.

metroidvanias

Elementos-chave que definem os metroidvanias

Ainda que existam muitas variações, alguns elementos aparecem quase sempre nos melhores títulos do gênero. Entender isso ajuda tanto a reconhecer um metroidvania logo de cara quanto a escolher o próximo jogo para maratonar.

Mapa interconectado e memorável

O mapa é praticamente o personagem principal. Não é apenas um fundo bonito: é uma engrenagem em movimento, cheia de atalhos, loops e camadas. Ao invés de uma linha reta, você navega em algo mais parecido com um emaranhado de ruas, túneis e elevadores.

Um bom metroidvania faz você lembrar mentalmente de:

  • Onde tem uma porta específica que ainda não abriu.
  • Qual região guarda inimigos mais fortes e recompensas melhores.
  • Que tipo de habilidade é necessária para explorar uma certa área.

É quase como decorar um bairro novo na vida real. Nos primeiros dias você se perde. Depois de um tempo, encontra caminhos mais curtos, identifica pontos de referência e se sente “morador antigo”.

Habilidades que mudam a forma de jogar

Em metroidvanias, habilidades não servem apenas para dar mais dano ou ficar “mais forte”. Elas transformam o jeito de explorar. Um pulo duplo permite acesso a plataformas enormes; um dash aéreo ajuda a atravessar buracos; um gancho oferece mobilidade em pontos elevados.

Algumas habilidades típicas do gênero:

  • Pulo duplo: a evolução clássica que libera metade do mapa bloqueado.
  • Dash ou investida: grande aliado em combate e travessia.
  • Escalada ou agarrar em paredes: expande áreas verticais.
  • Transformações: virar neblina, morcego, criatura pequena, entre outros.

Essa mudança constante na forma de se locomover cria aquela sensação deliciosa de “agora o jogo começou de verdade”, mesmo depois de muitas horas de campanha.

Trilha sonora e atmosfera envolventes

Metroidvanias dependem muito da imersão. Como você passa boa parte do tempo explorando, sem cutscenes a cada cinco minutos, a música e o clima dos ambientes carregam o peso da experiência. Uma boa trilha indica perigo, refúgio, mistério ou recompensa sem precisar de uma palavra.

Ambientes sombrios, ruínas antigas, florestas bioluminescentes, cidades abandonadas… tudo conversa com o tipo de desafio daquela área. A somatória disso cria um mundo que você sente que conhece, ainda que ele seja totalmente fictício.

Por onde começar: dicas para se apaixonar pelo gênero

Quem nunca jogou um metroidvania pode achar o gênero intimidador, mas a verdade é que existem títulos perfeitos para iniciantes e outros mais complexos, ideais para quem busca desafio e profundidade.

Cuidados para quem está começando

  • Não tenha medo de se perder: faz parte da experiência. Se você não souber para onde ir, explore áreas antigas com calma; muitas vezes a resposta está lá.
  • Use o mapa a seu favor: abra com frequência, marque mentalmente pontos suspeitos e tente reconhecer padrões de conexão entre as áreas.
  • Aceite o backtracking: revisitar regiões não é desperdício de tempo. É oportunidade de ficar mais forte e encontrar itens que passaram batido.
  • Faça pausas inteligentes: parar logo após pegar uma habilidade nova é ótimo, porque você volta já sabendo o que quer testar.

Pequenos truques que melhoram a experiência

  • Explore tudo: muitos upgrades de vida e dano ficam em cantos “improváveis”. Chegou a um beco sem saída? Desconfie.
  • Teste habilidades de forma criativa: às vezes o jogo não diz explicitamente que você pode combinar pulo duplo com dash, mas isso abre caminhos inteiros.
  • Repare nas pistas visuais: paredes rachadas, símbolos misteriosos, estátuas… nada está ali por acaso.
  • Gerencie a frustração: preso em um chefe? Volte, explore, melhore o personagem e tente de novo com calma.

Com o tempo, você vai perceber que a maior recompensa dos metroidvanias não é zerar o jogo, e sim virar alguém que domina aquele mundo, conhece seus atalhos, segredos e perigos quase de olhos fechados.

Se a ideia de explorar mapas gigantes, desbloquear habilidades poderosas e sentir evolução real a cada sessão de jogo te anima, esse pode ser o seu gênero favorito em pouco tempo. Que tal mergulhar nessa jornada e descobrir quantos mundos ainda estão esperando para ser explorados — e, claro, continuar acompanhando conteúdos que vão turbinar ainda mais sua experiência gamer?