Formatação na ABNT: Como formatar seu TCC em 7 passos

Se a formatação na ABNT está tirando seu sono mais do que o próprio conteúdo do TCC, você não está só. Entre trabalho, faculdade, vida social e notificações do celular pipocando a todo momento, parar para entender regras de margens, espaçamento e referências parece missão impossível. A boa notícia? Com um passo a passo claro, tudo vira quase um checklist de aplicativo: você segue, marca o que já fez e vai vendo o TCC tomar forma.

Em vez de decorar normas, a ideia aqui é mostrar como aplicar só o que realmente importa para o TCC ser aprovado sem estresse desnecessário. Formatar não precisa ser uma novela de 100 capítulos: com alguns ajustes certeiros no Word, Google Docs ou editor da sua faculdade, dá para deixar o trabalho com cara profissional, dentro das exigências da banca e sem passar vergonha na capa ou na lista de referências.

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1. Comece pelo básico: margens, fonte e espaçamento

Antes de pensar em capa, sumário ou referências, o primeiro ajuste é estrutural: deixar o “esqueleto” do documento no padrão ABNT. Assim, tudo que você digitar já nasce formatado corretamente.

Os principais padrões são:

• Margens: superior e esquerda de 3 cm; inferior e direita de 2 cm.
• Fonte: Arial ou Times New Roman, tamanho 12 para o texto e 10 para citações longas, notas de rodapé e legendas.
• Espaçamento: 1,5 entre linhas no texto; 1,0 em citações longas, notas de rodapé, referências e legendas de tabelas/figuras.
• Alinhamento: texto justificado, com recuo de 1,25 cm no início de cada parágrafo.

Uma forma inteligente de trabalhar é criar um modelo padrão no editor de texto. Ajuste margens, fonte e espaçamento uma única vez e salve como “Modelo TCC”. Assim, você evita retrabalho e não corre o risco de ter um capítulo em Arial, outro em Times e um parágrafo perdido em Comic Sans no meio da conclusão.

2. Estruture os elementos pré-textuais sem mistério

A parte “antes do texto” é bem mais simples quando se entende a lógica: são os elementos que ajudam a identificar e localizar o trabalho. Cada instituição pode fazer pequenas adaptações, mas a base costuma ser parecida.

Elementos pré-textuais mais comuns

• Capa: nome da instituição, autor, título, subtítulo (se houver), local e ano. Normalmente, tudo centralizado.
• Folha de rosto: repete alguns dados da capa, inclui tipo de trabalho (TCC, monografia, dissertação), curso, nome do orientador.
• Folha de aprovação: usada pela banca; em muitos casos a secretaria fornece o modelo.
• Dedicatória, agradecimentos e epígrafe: opcionais, mas muito usados; cada um em folha própria.
• Resumo em português e em língua estrangeira: geralmente entre 150 e 500 palavras, com palavras-chave no final.
• Listas: lista de figuras, tabelas, siglas e abreviaturas, se o trabalho tiver.
• Sumário: última parte dessa etapa, mostrando a organização do trabalho.

Um truque poderoso é usar estilos de título (Título 1, Título 2, Título 3) desde essa fase. Isso ajuda na organização visual e, mais adiante, permite criar o sumário automático em segundos.

3. Use títulos e subtítulos no padrão da ABNT

Os títulos são o mapa do seu TCC. Se eles estiverem confusos, a banca se perde, o leitor se perde e você também. A ABNT tem algumas diretrizes para padronizar essa hierarquia de seções.

Hierarquia de seções

• Seções primárias (capítulos principais): numeradas em algarismos arábicos (1, 2, 3…), geralmente em maiúsculas, alinhadas à esquerda e em negrito.
• Seções secundárias (subtítulos do capítulo): 1.1, 1.2, 2.1…, também alinhadas à esquerda, em negrito, com apenas a primeira letra maiúscula.
• Seções terciárias e assim por diante (1.1.1, 1.1.2…): podem seguir o mesmo padrão visual, apenas mudando o nível de recuo.

Vale criar um padrão visual e usá-lo até o fim do trabalho:

• Capítulos (1, 2, 3): fonte 12, negrito, todas em maiúsculas, sem parágrafo recuado.
• Subtítulos (1.1, 1.2): fonte 12, negrito, apenas a primeira letra maiúscula.

Isso deixa o TCC com cara de livro técnico profissional, facilitando a leitura da banca e melhorando a percepção geral de organização.

4. Domine as regras de citações: curtas e longas

Citar autores é obrigatório em qualquer TCC. A parte que costuma gerar confusão é a formatação dessas citações. A ABNT diferencia citações curtas e longas com base na quantidade de linhas.

Citações curtas (até 3 linhas)

Ficam dentro do parágrafo, entre aspas, mantendo o tamanho de fonte normal (12). Após a citação, aparecem o sobrenome do autor, ano e página.

• Exemplo de citação curta: “Texto da citação aqui” (SOBRENOME, ano, p. 10).

Citações longas (mais de 3 linhas)

Precisam de destaque visual. A formatação básica é:

• Fonte menor (tamanho 10).
• Recuo de 4 cm da margem esquerda.
• Sem aspas.
• Espaçamento simples.

Para evitar confusão, muitos estudantes criam um estilo específico de “Citação longa” no editor de texto. Assim, basta selecionar o trecho e aplicar o estilo, sem ter que ajustar recuo e fonte toda vez.

5. Organize figuras, tabelas e gráficos com elegância

Quem trabalha com dados, imagens, quadros comparativos ou gráficos precisa de um cuidado extra com a formatação. Tudo deve ser identificado com clareza.

Regras gerais para elementos visuais

• Título: vem acima da figura ou tabela, numerado (Figura 1, Figura 2; Tabela 1, Tabela 2).
• Fonte: vem abaixo, mesmo que seja “Fonte: Elaborado pelo autor (2025)”.
• Alinhamento: geralmente centralizado na página.
• Referência no texto: sempre mencione no corpo do TCC, algo como “conforme a Tabela 1”.

Um erro comum é encher o trabalho de imagens sem explicação. A banca não adivinha o que você quis dizer com aquele gráfico colorido. Cada elemento visual precisa ser comentado e conectado à análise que você está fazendo.

6. Faça as referências de forma prática e sem caos

Referências são o “RG” das fontes que você usou. A ABNT define formatos diferentes para livros, artigos, sites, documentos oficiais e assim por diante. De cabeça, isso é quase impossível de memorizar; com método, fica bem mais tranquilo.

Estrutura básica de referências de livros

Um livro costuma seguir esta lógica:

• SOBRENOME, Prenomes. Título: subtítulo. Edição. Local: Editora, ano.

Exemplo adaptado:

• SILVA, João. Metodologia científica descomplicada. 2. ed. São Paulo: Editora Acadêmica, 2022.

Ferramentas que ajudam muito

• Gerenciadores de referência como Mendeley, Zotero e EndNote.
• Ferramentas online que geram referências no padrão ABNT a partir dos dados do livro ou do artigo.
• Recursos do Word para inserir citações e montar a bibliografia automaticamente (configurando o estilo ABNT ou o mais próximo disponível).

O segredo é registrar as fontes enquanto pesquisa, e não deixar tudo para a véspera da entrega. Tentar lembrar que PDF aleatório você usou às 2h da manhã, três meses atrás, é pedir para sofrer.

7. Use o sumário automático a seu favor

O sumário é a vitrine da sua estrutura. Ele mostra, num relance, como o trabalho está organizado. Em vez de digitar páginas na mão, a forma mais inteligente é usar o recurso de sumário automático.

Como fazer o sumário automático

• Aplique estilos de título em todos os capítulos e subtítulos (Título 1, Título 2, etc.).
• Vá até a seção de referências ou de sumário do seu editor.
• Selecione “Inserir sumário automático”.
• Atualize o sumário sempre que fizer mudanças profundas, clicando em “Atualizar índice”.

Além de economizar muito tempo, isso evita um erro clássico: o capítulo “3. Metodologia” estar na página 25 no sumário e na página 27 no corpo do texto. Pequenos deslizes assim deixam o trabalho com aparência descuidada.

Dicas extras para uma formatação na ABNT mais tranquila

Alguns ajustes simples fazem toda a diferença na reta final do TCC e ajudam a passar pela banca com mais segurança.

• Use o recurso de “mostrar marcas de parágrafo” no Word para enxergar quebras de linha e espaços extras.
• Revise apenas a formatação em uma leitura separada do conteúdo. Foco total em margens, títulos, fontes e alinhamento.
• Crie um checklist ABNT com itens como: margens OK, fonte OK, citações OK, numeração de páginas OK, sumário atualizado.
• Peça a um colega para olhar só o visual do trabalho. Quem está de fora percebe desalinhamentos com mais facilidade.
• Conferir o modelo da instituição: muitas faculdades têm manuais próprios de TCC. A prioridade é sempre seguir o que elas pedem.

No fim das contas, a formatação na ABNT não é um bicho de sete cabeças; é mais parecida com montar um móvel usando manual. Parece chato no começo, mas depois que você pega o jeito, tudo se encaixa e o resultado fica estável, bonito e pronto para impressionar.

Agora é hora de abrir seu TCC, aplicar cada um dos 7 passos e transformar aquele arquivo bagunçado em um trabalho com cara profissional. Continue explorando nossos conteúdos, aprenda novos atalhos e deixe a parte técnica tão bem organizada quanto as suas ideias. Seu diploma agradece.